quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Descobrir o Mundo, por Reinaldo Russiano (II)

Não conseguia dormir. Estava com insónias. Uma questão assolava o espírito. Mais uma. Era a razão da ausência de sono. Muitas vezes ouvi a minha mãe. Meu deus, exclamava. Nunca me tinha interrogado. O que era o deus? Tinha-a já ouvido a dizer outras coisas. Nossa senhora . Minha mãe. Eram expressões comuns. Esta última até a entendo. Agora as outras...

Não tenho grande vivência com o Mundo exterior. A maioria do conhecimento que tenho é devido à Internet. Não sabia o que era o deus. Nem quem era a senhora. A minha mãe nunca me chegou a explicar. Já morreu. Pesquisei. Deus. Wikipedia. Foi a primeira entrada a aparecer. Cliquei. Deus era uma ideia. Tem de se escrever com letra maiúscula. É uma ideia das pessoas. Antigamente, o que não era explicável era obra desse Deus. Na minha vida tudo era Deus. Até à uns tempos. Descobri a Internet.

Deus está ligado à religião. É um culto. Parace que há muitas pessoas no Mundo que seguem religiões. Catolicismo. Judaísmo. Ortodoxismo. Protestantismo. Todos com o mesmo Deus. Mas há mais deuses. Muçulmanos – Alá. Budistas – Buda. Hinduismo – têm vários. Mas para que querem as pessoas deuses? Não entendi. O culto também toma forma sob cerimónias. Têm locais próprios. Igrejas. Mesquitas. Sinagogas. Templos. Não queria ficar sem saber o que era. Fui a uma igreja.

Era a missa. Um senhor estava lá à frente. Falava. Dizia muitas coisas. Jesus. Maria. José. Judas. Esses Judas era mau. As pessoas cantaram. O senhor lá da frente contava histórias. Esse tal de Jesus multiplicava comida. Fazia ainda outras coisas. É como a Bimby! Coze. Pica (=Multiplica). Mói. Tenho uma lá em casa. Faz sopas tão gostosas...

As pessoas levantaram-se. Foram lá à frente. Eu também fui. Este é o corpo. Não via nada. Este é o sangue. Voltei a não ver. Também não queria ver. Sangue... Todos comiam bolachas. Pareciam ser boas. Fui lá. O senhor deu-me uma. Até não era má. Queria mais. São do Lidl? Perdão?! As bolachas, são do Lidl? BLASFÉMIA! Todos olharam. Não conheço. Há algum desses super’s na Buraca? BLASFÉMIA! Mas isso fica onde? BLASFÉMIA! O homem não sabia dizer mais nada. Blasfémia? Saí. Não mais lá voltei. Não era simpático.

Não voltei a comer essas bolachas. Também não me importo. Gosto mais de Oreo’s. Não gostei da religião.

6 comentários:

  1. O Reinaldo para mim é um Deus do conhecimento. Um grande bem haja a esse senhor!

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  2. BLASFÉMIA!! BLASFÉMIA!! BLASFÉMIA!! BLASFÉMIA!!

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  3. A compararem-me a uma bimby?! Então vejam lá se ela consegue andar por cima da água...

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  4. Oh Jesus... Isso é só "show off" pah... eu faço cenas úteis... tipo sopa, sumos, guisados gostosos, lasanhas, pizzas, bacalhao com natas, sobremesas bem docinhas, batidos... e se alguém me tentar f*der... corto-lhe a pila!

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  5. Mas esse boneco do Reinaldo não tem a tradicional barriguinha da Moita!

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