Vazio Legal

A lei não é clara, melhor, a lei não existe. Não falo da legislação em geral, nem questiono muito menos a legitimidade da Constituição Portuguesa. Estou aqui apenas a declarar que existe um vazio na lei, pois ninguém controla estes gajos. Por gajos refiro-me aos criadores de papel higiénico da Renova.

Há uns anos surgiu uma "inovação" no sector do papel higiénico. Não me estou a referir à utilização de papel reciclado para a concepção do dito, nem da folha dupla (ou tripla, ou até quádrupla) que tão bem tratam o meu traseiro sem o arranhar. Falo das cores berrantes do papel higiénico. A nova gama da Renova. Laranja, Vermelho, Verde e Preto. São as quatro cores que se juntam aos tradicionais ( e uteis) branco, rosa e amarelo claro. "Um autêntico arco íris no seu ânus". Mas que agradável... ou não.


Na Austrália, o papel higiénico preto fez furor. Em Portugal nem se deu por isso. E existe uma explicação: os australianos são porcos e não querem saber se ficam com bocadinhos de cocó agarrados ao rabiosque, enquanto que os portugueses também são porcos, mas não vivem com cangurus. Se o papel higiénico é preto, quando limpamos o rabo não se consegue distinguir bem a cor das fezes da cor do papel, a não ser que seja diarreia, aí sim há um bom contraste cromático. O papel laranja tem o problema inverso, dá para ver as fezes normais, mas a diarreia é dificil de vislumbrar. E sinceramente, é preferível deixar "restos" de fezes normais que de diarreia.

O papel higiénico vermelho é obviamente anti-hemorróida. Se as fezes vêm com sangue é melhor sabê-lo. Eu tenho um amigo que usava papel desse e não se apercebeu do problema. Quando se deu conta, estava num consultório a ser examinado através de toque rectal. Não é nada agradável...quer dizer, não é por experiência própria, foi um amigo meu que me contou... e contou de tal forma que eu fiquei a perceber exactamente o que lhe tinham feito...não que seja uma coisa que se tenha vergonha, porque é uma necessidade... é uma doença e não há que ter vergonha... pronto, admito, fui eu.

Quanto ao verde não tenho nada a apontar, mas como está incluido na colecção Rainbow também é mau. Vamos agir! Proponho que se comece aqui mesmo um abaixo-assinado para pedir que seja feito um decreto-lei que dite a abolição da dita colecção das prateleiras de super, hiper e mega-mercados de todo o país... E também da mercearia da Dona Cândida que foi ele que me vendeu o papel higiénico vermelho.